quinta-feira, 22 de setembro de 2016

rio 2016

A trajetória de 137 dias que ficará marcada para sempre na história da cidade e do país
12 momentos dos Jogos Rio 2016 para lembrar no futuro
Os Jogos Rio 2016 reuniram o melhor do esporte Olímpico e Paralímpico na cidade (Foto: Getty Images/Chris McGrath)
Desde que a chama Olímpica aterrissou em Brasília até a despedida da chama Paralímpica no Rio, os brasileiros viveram 137 dias de grandes emoções. Aqui vão 12 histórias que você ainda vai contar para alguém um dia:

Começou com uma viagem inesquecível pelo Brasil todo...

Para anunciar que os Jogos estavam chegando, a chama Olímpica fez uma viagem de 95 dias por 325 cidades de todos os estados do Brasil. Numa enorme corrente do bem, a tocha passou pelas mãos de 12.400 condutores e arrastou multidões por onde passou. Foi uma grande odisseia em busca do melhor do Brasil e do brasileiro. Entre tantas aventuras, a chama passou pelas grandes capitais, movimentou as pequenas cidades, visitou aldeias e quilombos, percorreu os sertões e as chapadas, navegou em rios e mares, atravessou a maior floresta do mundo, andou de jegue e até voou de balão... Em todos esses lugares, encontrou pessoas que inspiram, emocionam, alegram e marcam para sempre.
 

Aí veio a cerimônia de abertura e todo mundo ficou de queixo caído...

Dentro e fora do estádio, o público foi capturado pela alma com uma narrativa e uma estética que elevaram o orgulho brasileiro às alturas. Pelo palco do Maracanã, passaram índios, africanos, europeus, japoneses e uma estonteante Gisele Bündchen numa releitura da Garota de Ipanema. Até o avião 14-BIS voou de novo. Tudo isso no ritmo de grandes artistas, que colocaram todo mundo para dançar antes mesmo do bailão da mistura brasileira.
Esta noite eterna só podia ter sido coroada pelo maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, que acendeu a pira representando a alegria brasileira e o espírito Olímpico. Depois da Cerimônia, a chama Olímpica foi transferida para a “Pira do Povo”, como ficou conhecida a outra pira Olímpica instalada no Centro do Rio, um sucesso entre turistas e cariocas durante os Jogos.

Recebemos o primeiro time de refugiados da história dos Jogos...

O Rio teve a honra de receber os primeiros times de atletas refugiados da História dos Jogos. Em homenagem à coragem e à perseverança de todos aqueles que são forçados a deixar seus países em busca de proteção, dez atletas Olímpicos e dois Paralímpicos competiram, respectivamente, sob a bandeira do COI e do IPC. Na Vila Olímpica, centenas de atletas receberam o time de refugiados, com direito a música, dança e samba no pé.

Os maiores atletas do mundo vieram competir aqui...

O Rio 2016 terminou com 65 novos recordes Olímpicos e 19 recordes mundiais. Favorito, o time americano abocanhou 120 medalhas, enquanto a Grã-Bretanha se firmou na segunda posição, ultrapassando a China. No Rio, o nadador americano Michael Phelps consolidou o status de maior atleta Olímpico de todos os tempos com um total de 28 medalhas Olímpicas (sendo seis delas recebidas na cidade!). Para delírio da torcida, o velocista jamaicano Usain Bolt entregou exatamente o que prometeu: foi tricampeão nos 100m, 200m e no revezamento 4x100m – com direito a um sorriso maroto para foto no meio da prova.

Mas tivemos muitas surpresas também...

O cingapuriano Joseph Schooling, 21 anos, protagonizou um dos momentos mais surpreendentes quando não apenas conquistou a primeira medalha de ouro do seu país, como ainda por cima venceu seu próprio ídolo Michael Phelps. A cidade também foi palco das performances inesquecíveis de sua compatriota Simone Biles, que terminou a edição como uma das melhores ginastas de todos os tempos.
Emocionadíssima, a tenista Monica Puig levou para casa a primeira medalha de ouro de Porto Rico. Vietnã, Kososo, Fiji e Jordânia também celebraram seus primeiros ouros. No Brasil, a judoca Rafaela Silva, descoberta num projeto social na Cidade de Deus, faturou o primeiro ouro brasileiro. Já Thiago Braz aumentou a altura do sarrafo até desbancar o então campeão Olímpico francês no salto com vara.
 
Mas nem sempre a surpresa veio de uma medalha: a americana Abbey D’Agostino e a neozelandesa Nikki Hamblin conquistaram o público pelo espirito esportivo. Após uma colisão na disputa dos 5000m no atletismo, Abbey e Nikki se ajudaram para completar a prova.

Na reta final, grandes vitórias lavaram a nossa alma...

A campanha do Brasil fechou com um número histórico: 19 medalhas, sendo sete delas de ouro. Cada conquista emocionou, mas duas lavaram a alma: a vitória da seleção masculina de futebol no Maracanã no sábado e da seleção masculina de vôlei no Maracanãzinho no domingo.

Tudo teve a nossa cara: o cenário, a torcida e a zueira...

Brasileiro que é brasileiro fez as arquibancadas vibrarem quando apoiavam seus preferidos. Torceu até para o juiz de boxe (na falta de atleta nacional na disputa). Deu aquela forcinha para times sem nenhuma chance. Ficou emocionado com o por do sol da arena de vôlei de praia em Copacabana. Foi à loucura com a seleção musical dos DJs das arenas, em especial quando tocaram “É o Tchan no Egito” para homenagear uma dupla de egípcias de véu no vôlei de praia. Vibrou com o mascote Vinícius (na sua versão inflável) dançando muito louco ao som de “Thriller”, do Michael Jackson. E fez campanha na internet para lotar as competições Paralímpicas.

Quando parecia que não podia ficar melhor, veio a abertura Paralímpica...

A chama acendeu de novo no Maracanã numa cerimônia que acelerou os corações e levantou o público.  Teve Praia de Copacabana. Teve roda de samba. Teve balé de cegos. Teve dança de uma bela biamputada com um parceiro robótico. Teve o estádio inteiro de pé para aplaudir a ex-corredora Paralímpica Marcia Malsar, que – debaixo de chuva e de bengala – caiu ao conduzir a tocha e levantou em seguida. Para fechar, uma miragem: o último condutor, o nadador multimedalhista Cloadoaldo Silva, vendo uma escada se transformar numa rampa para levá-lo até a pira.

Logo no primeiro sábado, teve um recorde de público..

Com ingressos a preços acessíveis e a expectativa de grandes competições, 170 mil pessoas lotaram o Parque Olímpico da Barra num único sábado – um recorde histórico de público, que ultrapassou o dia mais popular dos Jogos Olímpicos. Muitas famílias levaram crianças para conhecer mais sobre os esportes. Até a bocha, esporte menos conhecido do público, atraiu oito mil torcedores que lotaram a arena.

As competições foram do mais alto nível...

O Rio 2016 mostrou que o esporte Paralímpico tem subido de patamar a cada edição. O argelino Abdellatif Bak venceu a prova de atletismo de 1.500 metros da classe T13 (para atletas com baixa visão) com tempo que lhe garantiria a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos também.  No halterofilismo, o iraniano Siamand Rahman fez história, tornando-se o primeiro atleta Paralímpico a erguer mais de 300kg. Rahman, que é cadeirante, chegou a levantar 310kg e faturou, além da fama, o ouro.

O Irã destacou-se também com o jogador de vôlei sentado Morteza Mehrzad, de 2,46m de altura. Homem mais alto do país, o gigante ajudou o time iraniano a conquistar o ouro no Rio 2016 e promete se tornar em breve o melhor do mundo no esporte.

Para os brasileiros, teve pódio todo dia...

O Brasil fechou com a melhor participação nos Jogos Paralímpicos na História. Foram 72 medalhas, sendo 14 de ouro. Sabe o que isso significou? Um brasileiro subindo no pódio todo santo dia. A seleção brasileira de futebol de 5 conquistou seu tetracampeonato – na verdade, é a única seleção que já levou o ouro nos Jogos Paralímpicos, pois venceu em todas as edições em que o esporte foi disputado.

Nas piscinas, Daniel Dias se tornou o maior medalhista da História dos Jogos Paralímpicos, com total de 24 premiações. No atletismo, Petrúcio Ferreira levou o ouro, quebrou dois recordes mundiais e bateu o segundo melhor tempo da prova dos 100 metros numa competição Paralímpica.

E além de tudo isso, foram Jogos sustentáveis...

As mudas que desfilaram com as delegações na Cerimônia de Abertura anunciaram a criação da Floresta dos Atletas e a pegada verde dos Jogos. Os atletas comeram carne “zero desmatamento” e peixe com selo sustentável, descansaram em almofadas produzidas por artesãs locais, subiram em pódios de madeira certificada e, entre outras experiências sustentáveis, ganharam medalhas de prata e bronze reciclados e de ouro livre de mercúrio.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Por que o mosquito Aedes aegypti transmite tantas doenças?

BBC
03/12/2015 05h00 - Atualizado em 07/12/2015 13h26

Por que o mosquito Aedes aegypti transmite tantas doenças?

Resistente e adaptável, espécie está no centro da atual epidemia de zika, além de ser vetor de contágio da dengue, das febres chikungunya e amarela e outras enfermidades mais raras.

Rafael BarifouseDa BBC Brasil em São Paulo
Vídeo mostra mosquito Aedes aegypti no momento da picada (Foto: Sanofi Pasteur/Divulgação)Vídeo mostra mosquito Aedes aegypti no momento da picada (Foto: Sanofi Pasteur/Divulgação)
No mundo, ele é chamado de mosquito da febre amarela. No Brasil, é conhecido como mosquito da dengue – e, mais recentemente, também da zika e da chikungunya.
Considerado uma das espécies de mosquito mais difundidas no planeta pela Agência Europeia para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), o Aedes aegypti – nome que significa "odioso do Egito" – é combatido no país desde o início do século passado.
A partir de meados dos anos 1990, com a classificação da dengue como doença endêmica, passou a estar anualmente em evidência. Isso ocorre principalmente com a chegada do verão, quando a maior intensidade de chuvas favorece sua reprodução.
Agora, um novo sinal de alerta vem da epidemia de zika, uma doença com sintomas semelhantes aos da dengue, em curso desde o meio do ano.
Foi confirmado pelo governo federal que o zika vírus está ligado a uma má-formação no cérebro de bebês, a microcefalia, que já teve neste ano ao menos 1.248 casos registrados em 311 municípios em 14 Estados, a maioria deles no Nordeste.
Mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue. doença, vetor, inseto, transmissores, contágio. -HN- (Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo)Mosquitos Aedes aegypti (Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo)
O Aedes aegypti também esteve no centro de um surto de febre chikungunya ocorrido no país no ano passado, quando este vírus chegou ao Brasil e se espalhou com a ajuda do mosquito.
E, apesar de a febre amarela ter sido considerada erradicada de áreas urbanas brasileiras em 1942, casos de contaminação foram confirmados em cidades de Goiás e no Amapá em 2014.
"O Aedes aegypti está ligado ainda a males mais raros, do grupo flavivírus", afirma Felipe Pizza, infectologista do hospital Albert Einstein.
"Entre os agentes de contaminação, esse mosquito é o que tem a capacidade de transmitir a maior variedade de doenças."
Eficiência
Alguns fatores contribuem para tornar o Aedes aegypti um agente tão eficiente para a transmissão desses vírus. Entre eles estão, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, sua capacidade de se adaptar e sua proximidade do homem.
Surgido na África em locais silvestres, o mosquito chegou às Américas em navios ainda na época da colonização. Ao longo dos anos, encontrou no ambiente urbano um espaço ideal para sua proliferação.
"Ele se especializou em dividir o espaço com o homem", afirma Fabiano Carvalho, entomologista e pesquisador da Fiocruz Minas.
"O mosquito prefere água limpa para colocar seus ovos, e qualquer objeto ou local serve de criadouro. Mesmo numa casca de laranja ou numa tampinha de garrafa, se houver um mínimo de água parada, seus ovos se desenvolvem."
Mas a falta de água limpa não impede que o Aedes aegypti se reproduza. Estudos científicos já mostraram que, nesse caso, a fêmea pode depositar seus ovos em água com maior presença de matéria orgânica.
Os ovos também podem permanecer inertes em locais secos por até um ano, e, ao entrar em contato com a água, desenvolvem-se rapidamente – num período de sete dias, em média.
"Outros vetores não têm essa capacidade de resistir ao ambiente", afirma Pizza, do Albert Einstein. "Por isso ele está presente quase no mundo todo, a não ser em lugares onde é muito frio."
Flexibilidade
Um aspecto que também favorece a reprodução é o fato de a fêmea colocar em média cem ovos de cada vez, mas não fazer isso em um único local. Em vez disso, ela os distribui por diferentes pontos.
"Quando tentamos exterminá-lo, é muito grande a chance de um destes locais passar despercebido", diz Carvalho.
Também se trata de um mosquito flexível em seus hábitos de alimentação.
O Aedes aegypti é, geralmente, diurno: prefere sair em busca de sangue pela manhã ou no fim da tarde, evitando os momentos mais quentes do dia.

"Mas ele é oportunista. Se não tiver conseguido se alimentar de dia, vai picar de noite. Isso não ocorre com o pernilongo, por exemplo, que é noturno e só vai estar quando o sol começa a se pôr", afirma a bióloga Denise Valle, pesquisadora do laboratório de biologia molecular de flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Além disso, o mosquito costuma ter como alvos mamíferos, especialmente humanos. Como explica o agência europeia, mesmo na presença de outros animais ele "se alimenta preferencialmente de pessoas".
Simbiose
Por ser um mosquito urbano que fica em contato constante com o homem, ser muito adaptável e ter um apetite especial por sangue humano, o inseto se tornou um eficiente vetor para a transmissão de doenças.
"Todo ser vivo busca uma forma de se proliferar, e com os vírus não é diferente. Nestes casos, eles podem ser transmitidos por outros vetores, mas que não são tão efetivos", afirma Erico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia. "Eles (vírus) conseguiram no Aedes aegypti e na forma como este mosquito evoluiu uma relação de simbiose muito boa."
Para ser capaz de infectar uma pessoa, o vírus precisa estar presente na saliva do inseto.
Valle, do IOC/FioCruz, explica que, no caso da dengue, por exemplo, após o Aedes aegypti picar alguém que esteja infectado, o vírus leva cerca de dez dias para estar presente em sua saliva.
"São poucos os mosquitos que vivem mais de dez dias. Mas, quanto menos energia ele precisa gastar para se alimentar e colocar ovos, mais tempo ele vive", diz Valle.
"Assim, o aglomerado urbano, com muitos locais de criadouro e muitos alvos para picar, faz com que o mosquito viva mais, favorecendo o processo de infecção."
A bióloga destaca ainda que se trata de um mosquito especialmente arisco: "Quando vai picar, se a pessoa se mexe, ele tenta escapar e picar outra pessoa. Se estiver infectado com algum vírus, vai transmiti-lo para várias pessoas".
Controle
Exterminá-lo também é difícil. Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos, o Aedes aegypti é "muito resistente", o que faz com que "sua população volte ao seu estado original rapidamente após intervenções naturais ou humanas".
No Brasil, ele chegou a ser erradicado duas vezes no século passado. Na década de 1950, o epidemiologista brasileiro Oswaldo Cruz comandou uma campanha intensa contra ele no combate à febre amarela. Em 1958, a Organização Mundial da Saúde declarou o país livre do Aedes aegypti.
Mas, como o mesmo não havia ocorrido em países vizinhos, o mosquito voltou a ser detectado no fim dos anos 1960. Foi erradicado novamente em 1973 – e retornou mais uma vez três anos mais tarde. "Hoje não falamos mais em erradicação. Sabemos que isso não é possível", diz Valle, do IOC/Fiocruz.
"O país é muito grande e tem muitas entradas para o mosquito. Também há muito mais gente vivendo em cidades, e a circulação de pessoas pelo mundo com a globalização aumentou muito. Os recursos humanos e financeiros para exterminá-lo seriam enormes."
Uma forma comum de combater o mosquito, a de dispersar uma nuvem de inseticida – técnica popularmente conhecida como "fumacê" –, não é muito eficiente, pois o componente químico tem de entrar em um espiráculo localizado embaixo da asa. Portanto, o inseto precisa estar voando, algo difícil tratando-se de uma espécie que fica na maior parte do tempo em repouso.
"Na maior parte das vezes, isso é jogar dinheiro fora e gera mosquitos mais resistentes. Hoje, levamos de 20 a 30 anos para desenvolver um inseticida e, em dois anos, ele perde sua eficácia por causa do uso abusivo", afirma Valle. "E os químicos usados no controle de larvas não estão disponíveis para a população."
Carvalho, da Fiocruz Minas, ressalta ainda que 80% dos criadouros são encontrados em residências, e que realizar a prevenção e exterminar focos do Aedes aegypti não é fácil.
"Quando temos uma epidemia, é mais simples conseguir o apoio da população, mas, fora deste período, é mais complexo sensibilizar as pessoas para a questão", afirma o entomologista. "Por tudo isso, acho muito complicado falar em erradicação. Talvez a melhor palavra seja controle."
Uma abordagem nova vem sendo testada na Bahia e em São Paulo. Machos transgênicos do Aedes aegypti são liberados na natureza e, no cruzamento com fêmeas comuns, geram larvas que morrem antes de atingir a fase adulta, o que, com o tempo, reduz a população do mosquito numa determinada área.
Responsável por testes realizados desde maio em Piracicaba, no interior paulista, a empresa Oxitec informou que os resultados estão sendo analisados por sua equipe técnica e que ainda não há uma previsão de quando serão divulgados.

Saiba reconhecer os principais sintomas da dengue

Saiba reconhecer os principais sintomas da dengue

'Sinais de alerta' indicam se infecção pode ser grave ou mais moderada.
Doença requer hidratação constante e bom senso no uso do paracetamol.

Do G1, em São Paulo
Diagnosticar a dengue com rapidez é uma das chaves para combater a doença com maior eficácia. O primeiro passo para isso é conhecer como a infecção se manifesta. Se os sintomas forem reconhecidos, é fundamental procurar um médico o mais rápido possível. Em geral, a doença tem evolução rápida. Por isso, saber antes pode fazer a diferença entre a ocorrência de um mal menor e consequências mais graves, principalmente no caso de crianças.
dengue (Foto: Arte G1)
Existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. Eles causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, uma pessoa só pode ter dengue quatro vezes.
70% a 90% das pessoas que pegam a dengue pela primeira vez não têm nenhum sintoma. Nos casos mais graves, a doença pode ser hemorrágica ou fulminante, levando à morte
SINAIS DE ALERTA
Dor intensa na barriga
Sinais de desmaio
Náusea
Falta de ar
Tosse seca
Fezes pretas
Sangramento
Os principais "sinais de alerta" da doença são dor intensa na barriga, sinais de desmaio, náusea que impede a pessoa de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.
Diagnóstico precoce
É essencial fazer tanto um diagnóstico clínico – que avalia os sintomas – como o exame laboratorial de sorologia, que verifica a contagem de hematócritos e plaquetas no sangue. A contagem de hematócritos acima do normal e de plaquetas abaixo de 50 mil por milímetro cúbico de sangue pode ser um indício de dengue.
O exame de sangue, por si só, não determina se o paciente está com dengue ou não. É preciso diagnosticar também os sintomas. Esses dois fatores vão determinar as condições do paciente.
Período crítico
O período crítico da doença é quando a febre do paciente diminui. Se a febre passar e o paciente tiver muita dor na barriga, ele está num estado grave mesmo sem sangramento.Esse poder ser um problema no atendimento primário nos hospitais porque geralmente as pessoas com febre são atendidas prioritariamente.
Ao passar a febre, a pessoa pensa que está curada, mas pode apresentar queda brusca de pressão, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo. O número de plaquetas no sangue ainda continua baixo e, por isso, é preciso continuar o tratamento.
O monitoramento clínico e laboratorial tem de ser constante, principalmente 72 horas após o período de febre. A complicação maior acontece no quinto dia da doença. O paciente tem de fazer pelo menos três exames de sangue, no início da dengue, depois da febre e uma terceira vez para ver se as plaquetas já voltaram ao normal.
Tratamento
A hidratação do paciente é parte importante do tratamento, pois a dengue é uma doença que faz a pessoa perder muito líquido. Por isso, é preciso beber muita água, suco, água de coco ou isotônicos. Bebidas alcoólicas, diuréticas ou gaseificadas, como refrigerantes, devem ser evitadas.

Zika vírus: entenda a transmissão, os sintomas e a relação com microcefalia

05/12/2015 05h00 - Atualizado em 07/12/2015 13h08

Zika vírus: entenda a transmissão, os sintomas e a relação com microcefalia

Vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015.
Além de microcefalia, governo estuda possível relação com Guillain-Barré.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
Aedes aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também pode transmitir o zika vírus (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)Aedes aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também transmite o zika vírus (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)
Identificado pela primeira vez no país em abril, o zika vírus tem provocado intensa mobilização das autoridades de saúde no país. Enquanto a doença costuma evoluir de forma benigna – com sintomas como febre, coceira e dores musculares – o que mais preocupa é a associação do vírus com outras doenças. O Ministério da Saúde já confirmou a relação do zika com a microcefalia e investiga uma possível relação com a síndrome de Guillain-Barré. Veja o que já se sabe sobre o vírus:
Como ocorre a transmissão?
Assim como os vírus da dengue e do chikungunya, o zika também é transmitido pelo mosquitoAedes aegypti.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da doença provocada pelo zika vírus são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. A evolução da doença costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. O quadro de zika é muito menos agressivo que o da dengue, por exemplo.
Como é o tratamento?
Não há vacina nem tratamento específico para a doença. Segundo informações do Ministério da Saúde, os casos devem ser tratados com o uso de paracetamol ou dipirona para controle da febre e da dor. Assim como na dengue, o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por causa do risco aumentado de hemorragias.
Qual é a relação entre o zika e a microcefalia?
A relação entre zika e microcefalia foi confirmada pela primeira vez no mundo no fim de novembro pelo Ministério da Saúde brasileiro. A investigação ocorreu depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham sido acometidas por casos de zika.

Os 10 principais fatos que marcaram o ano de 2014


retrospectiva 2014

Os 10 principais fatos que marcaram o ano de 2014

Veja os principais fatos e acontecimentos que marcaram o ano de 2014


Os 10 principais fatos que marcaram o ano de 2014

Operação Lava-Jato

10) Operação Lava-Jato
A Operação Lava-Jato  foi deflagrada em março deste ano e já conta com sete fases, onde investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras e o doleiro Alberto Youssef assinaram acordos de delação premiada para explicar detalhes do esquema e receber, em contrapartida, alívio das penas.
Havia um esquema de pagamento de propina, e o dinheiro abastecia o caixa de partidos como PT, PMDB e PP. Grandes empreiteiras como a Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht também estão envolvidas no esquema. As denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal foram acatadas e a Justiça Federal tornou réus 39 pessoas.
petrobras

Reaproximação entre Cuba e EUA

9) Reaproximação entre Cuba e EUA
O governo dos Estados Unidos iniciou uma aproximação histórica de Cuba, ao anunciar a normalização das relações diplomáticas plenas e o alívio de diversas sanções em vigor desde 1961. Raul Castro e Barack Obama costuraram um acordo durante 18 meses de negociações secretas. O papa Francisco ajudou intermediando essa aproximação.
A notícia da aproximação chegou na sequência da libertação por Cuba de Alan Gross, de 65 anos, um empreiteiro americano mantido prisioneiro por cinco anos sob acusações de espionagem, e de um suposto agente americano não identificado. Ambos os lados haviam apontado a libertação de seus cidadãos como pré-condição para a abertura de negociações. Barack Obama também tenta negociar os termos para reabrir a embaixada dos Estados Unidos em Cuba.
raul e obama
raul e obama

Candidatura e morte de Eduardo Campos

8) Candidatura e morte de Eduardo Campos
Neto do ex-governador Miguel Arraes e filho da deputada Ana Arraes, Eduardo Campos fez sua trajetória política chegar ao ápice com a candidatura à presidência. Sua morte trágica em pleno pleito eleitoral chocou o mundo inteiro e abalou convicções no Brasil.
Ao se candidatar ao cargo mais alto do país, Campos exercia seu segundo mandato no governo de Pernambuco, aos 48 anos, e era o governador mais popular do Brasil, com alta aprovação em seu estado. A aliança com Marina Silva trouxe dúvidas ao eleitorado, pois os ideais políticos dos dois pareciam não convergir. Ainda assim, Campos mudou o cenário do primeiro mês de campanha abalando tanto a candidatura de Aécio Neves quanto da presidente Dilma.
As circunstâncias da morte de Eduardo Campos em 13 de agosto trouxeram inúmeras especulações. A queda do avião foi investigada até mesmo como homicídio culposo, mas a conclusão do caso não incriminou ninguém.
eduardo campos

Crise na Ucrânia

Crise no país começou no fim de 2013  (Foto: Reprodução/Internet)


5) Crise na Ucrânia
A assinatura de um acordo com a Rússia pelo governo ucraniano, afastando-se assim de acordo com a União Europeia, deflagrou uma guerra civil entre militantes pró-Rússia e os pró-EU, de ambos os grupos. Em novembro de 2014 o primeiro ministro do país, Pavlo Klimkin, criticou a postura do Brasil em relação à crise.
Após o início da crise, o presidente ucraniano Viktor Yanukovych foi destituído. As eleições foram adiantadas para o dia 25 de maio e um empresário do ramo de chocolate, Petro Poroshenko, foi eleito em seu lugar.
Em julho, um avião da Malaysia Airlines foi abatido por militantes pró-Rússia enquanto sobrevoava o país. O motivo do abate seria a semelhança da aeronave com o modelo utilizado pela força aérea ucraniana.295 pessoas morreram.
Em setembro, o novo presidente conseguiu se reunir com os representantes da força armada pró-Rússia para assinar um acordo de csar-fogo e reduzir as animosidades no país.
Crise no país começou no fim de 2013  (Foto: Reprodução/Internet)

Resultados da Comissão Nacional da Verdade

4) Resultados da Comissão Nacional da Verdade
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) chegou ao fim neste mês de dezembro, após mais de dois anos de funcionamento, ao divulgar seu relatório final de trabalho. Ela investigou as violações de direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro durante a o período de 1946 a 1988, que inclui o regime militar (1964 – 1988). No relatório, a comissão responsabiliza 377 responsáveis pelas graves violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, além de fazer recomendações ao Estado brasileiro, como adesmilitarização das polícias militares estaduais e a revogação da Lei de Segurança Nacional. Das quase 30 recomendações, 17 são medidas institucionais, oito são iniciativas de mudanças de leis ou da Constituição e quatro são medidas para dar seguimento às ações da CNV. Após a divulgação do relatório, o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, criticou o silêncio das Forças Armadasdiante do documento elaborado pelo grupo. A lei que criou a comissão foi sacionada pela presidente Dilma Rousseff em novembro de 2011. Mas a comissão só foi instalada oficialmente em 16 de maio de 2012.
CNV-internet
Documento apresentado pela Comissão Nacional da Verdade fala sobre abusos cometidos contra os direitos humanos (Reprodução/ Internet)
CNV-internet