quinta-feira, 22 de setembro de 2016

rio 2016

A trajetória de 137 dias que ficará marcada para sempre na história da cidade e do país
12 momentos dos Jogos Rio 2016 para lembrar no futuro
Os Jogos Rio 2016 reuniram o melhor do esporte Olímpico e Paralímpico na cidade (Foto: Getty Images/Chris McGrath)
Desde que a chama Olímpica aterrissou em Brasília até a despedida da chama Paralímpica no Rio, os brasileiros viveram 137 dias de grandes emoções. Aqui vão 12 histórias que você ainda vai contar para alguém um dia:

Começou com uma viagem inesquecível pelo Brasil todo...

Para anunciar que os Jogos estavam chegando, a chama Olímpica fez uma viagem de 95 dias por 325 cidades de todos os estados do Brasil. Numa enorme corrente do bem, a tocha passou pelas mãos de 12.400 condutores e arrastou multidões por onde passou. Foi uma grande odisseia em busca do melhor do Brasil e do brasileiro. Entre tantas aventuras, a chama passou pelas grandes capitais, movimentou as pequenas cidades, visitou aldeias e quilombos, percorreu os sertões e as chapadas, navegou em rios e mares, atravessou a maior floresta do mundo, andou de jegue e até voou de balão... Em todos esses lugares, encontrou pessoas que inspiram, emocionam, alegram e marcam para sempre.
 

Aí veio a cerimônia de abertura e todo mundo ficou de queixo caído...

Dentro e fora do estádio, o público foi capturado pela alma com uma narrativa e uma estética que elevaram o orgulho brasileiro às alturas. Pelo palco do Maracanã, passaram índios, africanos, europeus, japoneses e uma estonteante Gisele Bündchen numa releitura da Garota de Ipanema. Até o avião 14-BIS voou de novo. Tudo isso no ritmo de grandes artistas, que colocaram todo mundo para dançar antes mesmo do bailão da mistura brasileira.
Esta noite eterna só podia ter sido coroada pelo maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, que acendeu a pira representando a alegria brasileira e o espírito Olímpico. Depois da Cerimônia, a chama Olímpica foi transferida para a “Pira do Povo”, como ficou conhecida a outra pira Olímpica instalada no Centro do Rio, um sucesso entre turistas e cariocas durante os Jogos.

Recebemos o primeiro time de refugiados da história dos Jogos...

O Rio teve a honra de receber os primeiros times de atletas refugiados da História dos Jogos. Em homenagem à coragem e à perseverança de todos aqueles que são forçados a deixar seus países em busca de proteção, dez atletas Olímpicos e dois Paralímpicos competiram, respectivamente, sob a bandeira do COI e do IPC. Na Vila Olímpica, centenas de atletas receberam o time de refugiados, com direito a música, dança e samba no pé.

Os maiores atletas do mundo vieram competir aqui...

O Rio 2016 terminou com 65 novos recordes Olímpicos e 19 recordes mundiais. Favorito, o time americano abocanhou 120 medalhas, enquanto a Grã-Bretanha se firmou na segunda posição, ultrapassando a China. No Rio, o nadador americano Michael Phelps consolidou o status de maior atleta Olímpico de todos os tempos com um total de 28 medalhas Olímpicas (sendo seis delas recebidas na cidade!). Para delírio da torcida, o velocista jamaicano Usain Bolt entregou exatamente o que prometeu: foi tricampeão nos 100m, 200m e no revezamento 4x100m – com direito a um sorriso maroto para foto no meio da prova.

Mas tivemos muitas surpresas também...

O cingapuriano Joseph Schooling, 21 anos, protagonizou um dos momentos mais surpreendentes quando não apenas conquistou a primeira medalha de ouro do seu país, como ainda por cima venceu seu próprio ídolo Michael Phelps. A cidade também foi palco das performances inesquecíveis de sua compatriota Simone Biles, que terminou a edição como uma das melhores ginastas de todos os tempos.
Emocionadíssima, a tenista Monica Puig levou para casa a primeira medalha de ouro de Porto Rico. Vietnã, Kososo, Fiji e Jordânia também celebraram seus primeiros ouros. No Brasil, a judoca Rafaela Silva, descoberta num projeto social na Cidade de Deus, faturou o primeiro ouro brasileiro. Já Thiago Braz aumentou a altura do sarrafo até desbancar o então campeão Olímpico francês no salto com vara.
 
Mas nem sempre a surpresa veio de uma medalha: a americana Abbey D’Agostino e a neozelandesa Nikki Hamblin conquistaram o público pelo espirito esportivo. Após uma colisão na disputa dos 5000m no atletismo, Abbey e Nikki se ajudaram para completar a prova.

Na reta final, grandes vitórias lavaram a nossa alma...

A campanha do Brasil fechou com um número histórico: 19 medalhas, sendo sete delas de ouro. Cada conquista emocionou, mas duas lavaram a alma: a vitória da seleção masculina de futebol no Maracanã no sábado e da seleção masculina de vôlei no Maracanãzinho no domingo.

Tudo teve a nossa cara: o cenário, a torcida e a zueira...

Brasileiro que é brasileiro fez as arquibancadas vibrarem quando apoiavam seus preferidos. Torceu até para o juiz de boxe (na falta de atleta nacional na disputa). Deu aquela forcinha para times sem nenhuma chance. Ficou emocionado com o por do sol da arena de vôlei de praia em Copacabana. Foi à loucura com a seleção musical dos DJs das arenas, em especial quando tocaram “É o Tchan no Egito” para homenagear uma dupla de egípcias de véu no vôlei de praia. Vibrou com o mascote Vinícius (na sua versão inflável) dançando muito louco ao som de “Thriller”, do Michael Jackson. E fez campanha na internet para lotar as competições Paralímpicas.

Quando parecia que não podia ficar melhor, veio a abertura Paralímpica...

A chama acendeu de novo no Maracanã numa cerimônia que acelerou os corações e levantou o público.  Teve Praia de Copacabana. Teve roda de samba. Teve balé de cegos. Teve dança de uma bela biamputada com um parceiro robótico. Teve o estádio inteiro de pé para aplaudir a ex-corredora Paralímpica Marcia Malsar, que – debaixo de chuva e de bengala – caiu ao conduzir a tocha e levantou em seguida. Para fechar, uma miragem: o último condutor, o nadador multimedalhista Cloadoaldo Silva, vendo uma escada se transformar numa rampa para levá-lo até a pira.

Logo no primeiro sábado, teve um recorde de público..

Com ingressos a preços acessíveis e a expectativa de grandes competições, 170 mil pessoas lotaram o Parque Olímpico da Barra num único sábado – um recorde histórico de público, que ultrapassou o dia mais popular dos Jogos Olímpicos. Muitas famílias levaram crianças para conhecer mais sobre os esportes. Até a bocha, esporte menos conhecido do público, atraiu oito mil torcedores que lotaram a arena.

As competições foram do mais alto nível...

O Rio 2016 mostrou que o esporte Paralímpico tem subido de patamar a cada edição. O argelino Abdellatif Bak venceu a prova de atletismo de 1.500 metros da classe T13 (para atletas com baixa visão) com tempo que lhe garantiria a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos também.  No halterofilismo, o iraniano Siamand Rahman fez história, tornando-se o primeiro atleta Paralímpico a erguer mais de 300kg. Rahman, que é cadeirante, chegou a levantar 310kg e faturou, além da fama, o ouro.

O Irã destacou-se também com o jogador de vôlei sentado Morteza Mehrzad, de 2,46m de altura. Homem mais alto do país, o gigante ajudou o time iraniano a conquistar o ouro no Rio 2016 e promete se tornar em breve o melhor do mundo no esporte.

Para os brasileiros, teve pódio todo dia...

O Brasil fechou com a melhor participação nos Jogos Paralímpicos na História. Foram 72 medalhas, sendo 14 de ouro. Sabe o que isso significou? Um brasileiro subindo no pódio todo santo dia. A seleção brasileira de futebol de 5 conquistou seu tetracampeonato – na verdade, é a única seleção que já levou o ouro nos Jogos Paralímpicos, pois venceu em todas as edições em que o esporte foi disputado.

Nas piscinas, Daniel Dias se tornou o maior medalhista da História dos Jogos Paralímpicos, com total de 24 premiações. No atletismo, Petrúcio Ferreira levou o ouro, quebrou dois recordes mundiais e bateu o segundo melhor tempo da prova dos 100 metros numa competição Paralímpica.

E além de tudo isso, foram Jogos sustentáveis...

As mudas que desfilaram com as delegações na Cerimônia de Abertura anunciaram a criação da Floresta dos Atletas e a pegada verde dos Jogos. Os atletas comeram carne “zero desmatamento” e peixe com selo sustentável, descansaram em almofadas produzidas por artesãs locais, subiram em pódios de madeira certificada e, entre outras experiências sustentáveis, ganharam medalhas de prata e bronze reciclados e de ouro livre de mercúrio.